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Os efeitos da grave crise impostos pela Pandemia no Brasil também afetam o sistema de Saúde. Em Valinhos, por exemplo, em 2022, é possível observar um aumento de 40% no número de atendimentos variados, como por exemplo em consultas e receitas atendidas nas farmácias municipais, comparado a 2019. Mas o número que mais surpreende em termos de aumento de demanda é no atendimento de receitas médicas nas farmácias municipais. No 2º quadrimestre de 2019, por exemplo, a cidade registrou 25.322 atendimentos na área farmacêutica, enquanto neste 1º quadrimestre de 2022 foram 68.397, 170% a mais. Contudo, mesmo com este aumento no número de medicamentos a serem dispensados, e ainda travando uma situação nacional de falta de insumos que tem atrasado a entrega de medicamentos por parte dos fornecedores, a Prefeitura de Valinhos tem mantido quase 80% de tipos medicamentos em estoque, referente ao total da cesta de medicamentos da rede municipal, que é de 159. Ainda, esta diferença está em processo final de compra, pregão já realizado, em fase de verificação de documentos, para assinatura de contrato e, assim, expectativa de entrega por parte dos fornecedores.

No 1º quadrimestre deste ano de 2022, 69.397 atendimentos foram registrados nas farmácias municipais, uma média superior a 17 mil atendimentos no mês, sendo que, em Março, chegou a 19.065 atendimentos, um número expressivo que justifica o aumento da demanda por medicamentos oferecidos pela Prefeitura na cidade.

Informações debatidas neste mês de maio, no Conselho Municipal de Secretários de Saúde de São Paulo (Cosems/SP), divulgados pela imprensa, apontam que, no Estado de São Paulo, já são cerca de 40 substâncias em falta, por parte das indústrias farmacêuticas, que acarretam atrasos e falta de medicamentos nas unidades de Saúde. Os diretores do Cosems explicam que o atraso por conta da Pandemia na entrega de matéria-prima, que vem da Índia e da China principalmente, maiores produtores do mundo, tem causado estes atrasos e faltas em praticamente todas as cidades do Estado. Em fevereiro, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) já havia também sinalizado situação igual em cidades de todo o Brasil e oficializou o Ministério da Saúde e a Anvisa sobre a situação do desabastecimento, reflexo da falta de matéria prima e também aumento da demanda, como demonstrado nos números de Valinhos.

Em recente entrevista na Rádio CBN, Francisco Balestrin, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, comentou inclusive que a falta de medicamentos em hospitais e farmácias no Estado, como o dipirona e o dramin, também se deve, além do recente lockdown em alguns locais na China, à guerra na Ucrânia, que afetaram diretamente a logística do transporte de produtos em escala global e, assim, as importações de medicamentos.

O secretário de Saúde, Dr. Gabriel Signorelli, aponta que o pregão realizado em 19 de maio, em Valinhos, já está na fase de avaliação de documentação para, depois de homologado, passar à fase de assinatura de contrato e expectativa de entrega por parte dos fornecedores.