A Rede Municipal de Educação de Valinhos está participando do Questionário Eletrônico para Diagnóstico Escolar de Trabalho Infantil, atendendo ao pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT). A Secretaria Municipal de Educação encaminhou a todos os diretores das unidades educacionais do Município solicitação para que os alunos a partir dos 9 anos de idade respondam à pesquisa.
De acordo com o Secretário de Educação, professor Zeno Ruedell, a pesquisa do Ministério Público do Trabalho tem por objetivo conhecer a realidade do estudante, identificar casos e realizar ações a favor da erradicação do trabalho infantil. As 55 unidades escolares de Valinhos irão participar do levantamento. O prazo para a realização da pesquisa é até o dia 29 de novembro.
O questionário deverá ser preenchido individualmente, sem a identificação do aluno, segundo a Secretaria de Educação. Os dados são sigilosos. O estudante poderá contar com o apoio do professor no momento do preenchimento. “Com esse questionário respondido, o Ministério Público do Trabalho vai realizar o mapeamento do trabalho infantil nos diversos municípios de São Paulo”, explicou Ruedell.
Em Valinhos, o prefeito Orestes Previtale Júnior, visando combater, prevenir e erradicar o trabalho infantil e proteger o trabalhador adolescente, publicou, em 12 de junho deste ano, o decreto 10.122, em que criou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e a Comissão Municipal de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
“Queremos somar esforços com essa rede de colaboradores para que o trabalho infantil não faça parte do cotidiano de nossas crianças”, disse o prefeito Orestes, que elogiou as iniciativas do Ministério Público do Trabalho.
Segundo o prefeito, conhecer a realidade é o primeiro passo para a realização de um trabalho intenso de educação e conscientização das famílias. “Todos os setores do governo e da sociedade precisam trabalhar juntos, conjugando esforços através de programas e projetos de atenção às famílias, com o objetivo de coibir o trabalho infantil”, concluiu.
Digital
De acordo com MPT, após o encerramento da pesquisa, os resultados serão disponibilizados por escola, por cidade e em geral. Os dados são enviados a uma plataforma digital. Os professores podem acompanhar a quantidade de alunos participantes e suas respectivas escolas em uma página que será divulgada posteriormente.
Antes do preenchimento do questionário, que deverá ser de forma anônima, o MPT orienta o professor a ler um texto aos participantes, para que eles possam entender o teor da pesquisa e sua importância.
O texto informa que muitas crianças e adolescentes são obrigados a trabalhar para ajudar em casa ou para terem um pouco mais de independência. “Muitas vezes esse trabalho pode não atrapalhar ou causar problemas, mas às vezes pode atrapalhar nos estudos, causar problemas de saúde ou até obrigar o aluno a fazer coisas que não quer. Esse projeto gostaria de entender tudo isso e mais algumas coisas”, afirma o texto.
“Importante lembrar que, de acordo com a orientação do Ministério Público, as respostas dos alunos são sigilosas e devem ser respondidas de forma anônima”, reforçou Ruedell.