Em apenas 12 dias, mais de 5.200 pessoas já foram atendidas no local
Dos 5.290 atendimentos realizados pela primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h de Valinhos desde o dia 15 de março, 5.047 foram prestados a pacientes que não tinham necessidade de atendimento de urgência ou emergência. A identificação deste tipo de caso é feita por meio da adoção do sistema de classificação de risco, conhecido como Protocolo de Manchester.
Com uma escala de cores, o protocolo estabelece as prioridades do mais emergente ao menos urgente. Assim que chega à UPA, o paciente pode ser classificado com uma pulseira vermelha (emergência), laranja (muito urgente), amarela (urgente), azul (não urgente) ou verde (pouco urgente).
De acordo com informações do Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (Inase), organização social responsável pela administração da nova unidade - em 12 dias, a UPA de Valinhos atendeu apenas 243 casos classificados como urgência ou emergência.
"Estes números alertam para a necessidade da reeducação da população. As pessoas precisam entender que cuidar da saúde deve ser uma tarefa diária e que não é preciso esperar que o caso se agrave a ponto de procurar por uma unidade de pronto atendimento", afirma a diretora da UPA, Drª. Rita Rodrigues.
A diretora ressalta ainda que cerca de 60% dos atendimentos realizados na UPA desde o início de seu funcionamento foram classificados na cor azul. "Definitivamente, a grande maioria das pessoas que comparecem à UPA não precisam ser atendidas com urgência. Os casos poderiam ter sido resolvidos em Unidades Básicas de Saúde, que são locais adequados para o atendimento de casos sem gravidade", afirma.
A classificação de risco é um processo de identificação dos pacientes que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Os objetivos da classificação de risco são avaliar o paciente logo na sua chegada ao pronto-socorro, humanizando o atendimento, além de reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto o mais rápido de acordo com a sua gravidade.
Superando estimativas - Segundo dados, a UPA de Valinhos tem realizado mais de 480 atendimentos por dia, o que supera as estimativas do Ministério da Saúde para uma UPA porte III."Nós temos em Valinhos uma UPA porte II, construída em cidades de até 200 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, este tipo de UPA tem capacidade para atender até 300 pacientes por dia. Já a UPA porte III, instalada em municípios de até 300 mil habitantes, tem capacidade para atender até 450 pessoas diariamente. Nossa média está muito acima destes números", afirma o vice-presidente do Inase, Dr. André Alonso.
Dr. André ressalta ainda que o objetivo do Inase é oferecer atendimento de qualidade a todos os cidadãos que procuram pela Unidade. "Indiscutivelmente, o número de atendimentos em Valinhos está acima do esperado. Porém, nosso objetivo é oferecer serviços de qualidade para todos. Já estamos tomando providências para aumentar a área de nossa recepção para que seja possível comportar o grande número de pessoas que nos procuram", ressalta o representante do Instituto.