Centro Cultural Vicente Musselli é uma referência
Valinhos é uma cidade que vive, respira e exporta artes. Comemorando os Dias do Artista Plástico e do Artista Pintor, nos dias 8 e 5 de maio, respectivamente, as artes plásticas oferecem uma gama de formas de se expressar, como a pintura, a escultura, o desenho. Este último, considerado hoje uma arte em si, permite desde simples traços com lápis grafite até a elaboração de interface de games. O desenho, assim como toda forma de expressão artística, é o retrato da humanidade.
A Prefeitura de Valinhos, por meio da Secretaria de Cultura, oferece gratuitamente cursos nesta área. A professora e artista Cristiane Caldeira Villaça, do Centro Cultural Vicente Musselli, ministra aulas de Desenho Artístico e Mangá (técnica de desenho em quadrinhos de origem japonesa). “O desenho antigamente não era reconhecido como uma forma de arte, sempre foi ligado à pintura. Hoje não é mais assim, é uma arte única, acabada em si”, explica a artista.
Se o desenho ganhou holofotes, o mesmo aconteceu com o material. “Hoje temos diversos materiais, como o lápis pastel, aquarelável. Definitivamente, o desenho ganhou os museus e as ruas”, afirma a artista. Não foi só o material que se diversificou, o próprio desenho ampliou seus braços para novas linguagens, como a grafitagem, o mangá e outros. “O desenho está em tudo, inclusive no mercado de trabalho. Na indústria têxtil nas estamparias, com o design gráfico em tecidos, na interface de games, que hoje é um profissional contemporâneo”, exemplifica.
A artista revela que desenhar e admirar uma obra de arte não é preciso ter “dom”. “O desenho é uma comunicação humana. É preciso estímulo e treino”, ensina. E Cristiane vai além. “A arte conta a história da humanidade porque ela reflete o que acontece no seu entorno. Ela é o retrato da humanidade. O farol do nosso tempo”, acrescenta.
O que carregará em si nesta pandemia? “A pandemia vai estar nas artes. O que se vê é a ecologia, a saúde, a qualidade de vida, o planeta, o respeito. A arte permite tudo isto, porque fala do ser humano”, responde Cristiane.
Desde 2010 ministrando aulas no Centro Cultural, ela diz que a cidade contribui muito na formação de alunos, que acabam virando grandes artistas. Com uma lista enorme de nomes, em meios a muitos elogios, ela cita alguns para revelar o cenário das artes. “Temos um artista, o Genivaldo Amorim, que participa de várias exposições em outras cidades e no exterior. E um artista contemporâneo valinhense que batalha para viver da sua arte e que eu admiro muito é o Fábio Vieira”, exemplifica.
Para ela, o Centro Cultural é uma referência, principalmente por ser de acesso público. “É preciso investir em espaço de exposição. Assim nossos artistas também farão exposição por aqui”, sugere. A preocupação com a arte e sua destinação é intrínseca à professora formada na Escola Panamericana de Arte, de São Paulo, e técnica em Publicidade. “Meu pai era advogado, mas sempre se sentou para brincar de desenhar. Minha mãe dava aulas de bordado em tapeçarias. Comecei a desenhar para ela aos 12 anos”, recorda-se.
*Fotos: Cristiane Caldeira Villaça (arquivo pessoal)