Brasil tem se aberto para história regionalizada
Agosto foi um mês que permitiu à cidade de Valinhos valorizar importantes datas da história, sobretudo na área cultural. Entre as ações, destaca-se a homenagem aos artistas Adoniran Barbosa e Flávio de Carvalho; a reforma em andamento do único patrimônio histórico em concessão à Prefeitura de Valinhos, que é o complexo ferroviário, onde está o Museu e Acervo Municipal Fotógrafo Haroldo Ângelo Pazinatto; os 7 anos da Associação de Preservação Histórica de Valinhos (APHV) e, ainda, no dia 17 de agosto, a celebração do Dia do Patrimônio Histórico Nacional.
"Um povo que conhece sua história valoriza suas raízes, entende que o presente é um reflexo do passado e projeta seu futuro”, aponta a prefeita Capitã Lucimara Godoy.
O secretário da Cultura, Ricardo do Vale, enalteceu a homenagem realizada em agosto aos artistas da cidade, nascidos ou de coração, como Adoniran Barbosa e Flávio de Carvalho. A homenagem foi feita no Paço Municipal, exibindo um painel com fotos e uma maquete da casa do artista Flávio de Carvalho. “A cultura tem o papel de sensibilizar as pessoas e, ao mesmo tempo, permitir esta vazão por meio dos artistas”, explica o secretário, relembrando sua importância neste momento pandêmico.
O presidente da APHV, Marcel Pazinatto, lembra a importância das obras de reforma da estação. "O museu na antiga estação ferroviária de Valinhos foi criado em 1996 em decorrência das comemorações dos 100 anos de elevação do município à categoria de Distrito de Paz. Nesses 25 anos, ocorreu muito pouco investimento financeiro na infraestrutura, com as reformas do ano de 1996, e a atual revitalização vem na hora certa, em parceria entre Prefeitura, via Secretarias da Cultura e Obras e Serviços Públicos, e a associação", complementou.
De acordo com ele, está em estudo desde os detalhes da reforma até o dinamismo da exposição no local, aliado ao conforto do visitante. “A estação ainda é um local escuro, ermo, e o novo projeto luminotécnico proposto pela Prefeitura trará um novo visual ao local”, adianta. O presidente da APHV lembra que, além da estação ferroviária, pertencente ao governo federal com concessão parcial à Prefeitura, há outros três bens arquitetônicos também tombados pelo Condephaat. São eles os Edifícios da antiga fábrica da companhia Gessy Industrial, a sede da antiga Fazenda Cacutá (atual sede do Clube de Campo Vale Verde) e a Casa de Flávio de Carvalho.
“Valinhos pode comemorar, sim, o fato desses locais estarem tombados, mas com a consciência de que todos eles devem ser valorizados, além de terem a possibilidade de visitação com a adição de atrativos culturais”, incentiva Pazinatto, lembrando que a APHV é a primeira entidade particular e sem fins lucrativos de Valinhos que tem como objetivo contribuir para a preservação do patrimônio material e imaterial da cidade.
Vale ressaltar que o projeto do Trem Intercidades, do Governo Estadual, também prevê obras na Estação, projeto que passa por audiências públicas e tem previsão de início para o próximo ano.
Dia do Patrimônio Histórico Nacional
A data é comemorada todo dia 17 de agosto desde 1998, ano do centenário de Rodrigo Melo Franco de Andrade. Mineiro nascido em Belo Horizonte, foi advogado, jornalista, escritor e o primeiro presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), criou a Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, uma das principais publicações do país sobre preservação do patrimônio cultural brasileiro.