Será aberto neste sábado, dia 31, às 8h30 no Paço Municipal de Valinhos, o projeto "Os 60 anos de imagens de Haroldo Pazinatto". A ação propõe o resgate da memória fotográfica deste valinhense que por mais de 50 anos se dedicou aos registros dos mais importantes acontecimentos e a evolução urbana do município e é uma iniciativa de Marcel Trombeta Pazinatto que coordena o grande acervo deixado pelo avô.
O projeto inclui uma exposição com 100 fotos e um livro/catálogo com 135 páginas que conta a história e a obra de Haroldo e traz depoimentos de pessoas que conviveram com ele. A exposição tem a curadoria do artista plástico Genivaldo Amorim. Outro destaque será a apresentação de maquete tridimensional de Valinhos mostrando detalhadamente o desenho urbano de Valinhos no início da década de 40.
Tudo poderá ser visto até o dia 28 de setembro, das 9 às 16 horas, e aos sábados, das 8h30 às 12h30. Depois, a mostra itinerante será levada ao saguão da Câmara Municipal, do dia 4 a 18 de outubro, e na sequência, de 25 de outubro a 8 de novembro no Museu Municipal que leva o nome do fotógrafo.
Com apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e parceria do Centro de Memórias da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o projeto tem aprovação do PROAC - Programa de Ação Cultural 2013 – do Governo do Estado de São Paulo. Também conta com patrocínio das empresas EATON, MWV RIGESA, CARTONIFÍCIO Valinhos, ASTEN, CONTECH, Multclor, Clicherlux, Supermercados Caetano e Pedreira São Jerônimo.
Viagem no tempo - Entre as imagens captadas pelo fotógrafo estão a construção da Matriz de São Sebastião, das igrejas de Santana e São Cristóvão, a inauguração do túnel da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, a construção do Viaduto e do Castelo D'água, assembleia de fundação da Santa Casa de Misericórdia de Valinhos, além de mudanças na área urbana.
Também há o registro das primeiras Festas do Figo, do Largo São Sebastião, carnavais, equipes de futebol, apresentações dos corais da cidade, banda musical, shows com artistas famosos e de personagens como o Cabo Otaviano Lima (foto), que faleceu aos 72 anos. Pai de seis filhos e vários netos era casado com D. Tereza Guerato e após o seu falecimento tornou-se um solitário andarilho. Vivia sem norte, na esperança da morte, que um dia poria fim ao seu sofrimento.
Cabo Lima, como ficou conhecido, tinha como teto o velho coreto localizado no Largo São Sebastião. Com as reformas no local, teve que se mudar e de rua em rua, vivia o bom velhinho que sequer teve um leito de dor e de morte, seu corpo foi encontrado no interior de uma manilha de cimento.
Sobre o fotógrafo - Haroldo Angelo Pazinatto nasceu em Valinhos, no dia 26 de março de 1925. Era filho de João Pazinatto e Letícia Ungaretti, ambos imigrantes italianos. Casou-se em 24 de setembro de 1950 com Jandira Cedran Pazinatto e teve três filhos: Luiz Eduardo, Nilson Fernando e Paulo Roberto.
Trabalhou na Cia. Gessy Industrial, entre os anos de 1945 e 1962, no setor de custo industrial e no Departamento Pessoal da empresa. Nesse período, recebeu o apelido de "Paçoca", pois aproveitava seu horário de almoço para fazer paçocas de amendoim e distribuir entre os amigos.
A paixão pela arte fotográfica foi despertada na juventude, aos 17 anos, quando seu tio lhe emprestou uma câmera. Sua outra paixão foi a música. Sabe-se que participou do antigo coral Santa Cecília de Valinhos e se tornou um dos mais antigos integrantes do Coral Municipal de Valinhos. Durante as décadas de 1950 e 1960 foi fotógrafo representante em Valinhos, do Correio Popular e daGazeta Esportiva.
Em 1962 deixou a Cia. Gessy Industrial para se dedicar exclusivamente à sua maior paixão: a fotografia. Esse "hobby" viraria profissão ao criar, juntamente com o amigo e sócio Mário Juliatto, o Foto Studio Tic, estabelecimento na Rua 7 de Setembro, no Centro.
Em 1968 começou a trabalhar na imprensa valinhense, quando Mário Augusto fundou o semanário Folha de Valinhos. Entre 1970 e 1988 foi fotógrafo oficial da Prefeitura Municipal de Valinhos. Em 1997 voltou a assumir este posto de trabalho. Haroldo faleceu em 27 de dezembro de 2001.