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Está em andamento o estudo de topografia no Córrego Invernada, em Valinhos, para a realização de obras de canalização em trechos na Avenida Invernada. Com a obra, a vazão do córrego será aumentada nesse que é um dos pontos mais críticos de alagamentos da cidade. Essa etapa do procedimento cumpre o anunciado pelo diretor presidente da Rota das Bandeiras, Luiz Cesar Costa, ao prefeito Marcos José da Silva no ano passado.

As obras de canalização vão desde a portaria da Unilever até o Viaduto Abílio Franceschini (Avenida Onze de Agosto). Neste trecho serão realizadas contenção das margens e execução de novas travessias em concreto nas ligações com as ruas Campos Salles e Paulo Setubal. As melhorias fazem parte de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta), estabelecido em 2008 entre o Ministério Público, o Governo do Estado e a empresa Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A), para garantir a remediação do dano ambiental por conta da construção do trecho leste do Anel Viário Prefeito Magalhães Teixeira (SP-83), que liga as rodovias D. Pedro (SP-65) e Anhanguera (SP-330). Com a privatização das rodovias para a Rota das Bandeiras, a empresa assumiu a realização do TAC.

O estudo de topografia do local servirá para compará-lo com as informações disponíveis no projeto encaminhado à concessionária pela Prefeitura. Após a conclusão deste levantamento, o projeto executivo da obra será finalizado e encaminhado para aprovação da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) e, somente após aprovação da agência reguladora, é que as obras poderão ser iniciadas.

As ações que envolvem o projeto foram informadas pelo diretor presidente da Rota das Bandeiras ao prefeito Marcos em julho do ano passado, quando foi estabelecido o compromisso do início dos trabalhos neste mês de abril. Além do trecho das obras na Avenida Invernada, a Rota das Bandeiras construirá no Ribeirão Pinheiros, no bairro Capuava, dentro do mesmo TAC, um canal em concreto para alargamento e contenção das margens e rebaixamento da calha do rio, desde a passarela até as proximidades da ETE (Estação de Tratamento de Esgotos), abrangendo 760 metros.

Enchentes

O acordo judicial para a obtenção dessas obras foi promovido pelo promotor José Roberto Albejante, da Promotoria do Meio Ambiente, autor da ação civil pública impetrada em 1995, quando a construção do Anel Viário estava parada, solicitando a reversão dos efeitos negativos da paralisação em razão de prejuízos ao meio ambiente. Houve danos nas áreas de preservação permanente cortadas pela nova rodovia, além de intensa erosão em aterros abandonados sem qualquer vegetação, causando assoreamento de córregos e lagos do entorno.

Valinhos, por exemplo, registrou em 1999 a maior enchente da sua história, devido ao aumento do volume de água direcionado aos córregos do município em razão da execução das obras no Anel Viário. O Córrego Invernada transbordou levando carros e alagando imóveis nas proximidades. No Capuava, cerca de 25 famílias tiveram que ser removidas de suas residências para imóveis que foram alugados pela Prefeitura. Uma outra forte enchente voltou a ocorrer em 2005, logo nos primeiros meses do governo Marcos. E foi em razão dessa situação que o prefeito determinou a realização dos estudos de macrodrenagem na cidade. Na época, os recursos necessários para a realização das obras ficavam na casa de R$ 10 milhões e o município não dispunha desse valor para executá-las.

PAC Drenagem

Além das obras da Rota das Bandeiras, a administração municipal conseguiu junto ao Governo Federal a inclusão de Valinhos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Drenagem. Dentre as quatro obras selecionadas está a construção da segunda via da Avenida Invernada, bacia de contenção de água e canalização do Córrego Invernada, no trecho que vai do Clube Atlético Valinhense até a interseção da Rua Carlos Stevenson, que compreende cerca de 1,4 quilômetros. Para esse trecho serão repassados pelo Governo Federal mais de R$ 4,3 milhões. O projeto técnico já foi aprovado e o dinheiro está disponível, mas para que a obra seja liberada falta a aprovação dos órgãos ambientais.

A administração municipal também realizou, em 2006, a canalização e alargamento das margens do Córrego Invernada em cerca de 30 metros nas proximidades da portaria da Unilever, formando uma espécie de "piscinão", que veio minimizar os alagamentos frequentes que ocorriam no local. Já no início deste ano, a Prefeitura realizou, como medida emergencial, obras para a contenção em 30 metros do Córrego devido à erosão provocada por fortes chuvas, nas proximidades da FAV (Faculdades Anhanguera), a poucos metros de onde, em 2006, a Prefeitura fez a canalização de um trecho.