Ir para o conteúdo

Interessada em melhorar o Inglês e aprender mais sobre a cultura norte-americana, a aluna Ingrid Tamires Ortiz Toledo, 13 anos, da EMEB 'Jorge Bierrembach de Castro, localizada no Parque das Colinas, inscreveu-se para participar de aulas de Língua Inglesa, no contra turno escolar, com professores nativos da ONG norte-americana 'Learning Enterprises' (Empresas de Aprendizagem).

A oportunidade faz parte de projeto desenvolvido pelo segundo ano consecutivo pela Prefeitura de Valinhos em parceria com a ONG. Valinhos é a única cidade no Brasil que realiza este projeto, voltado para a difusão da Língua Inglesa, sem nenhum custo para a municipalidade.

No primeiro dia de aula, Ingrid ficou insegura e faltou. "Fiquei com medo de não entender nada do que a professora falava", contou. Motivada pelos colegas, que foram à aula inaugural, Ingrid criou coragem. "Eles falaram que era legal, que tinham jogos. Aí eu fui, gostei muito e não faltei mais", acrescentou.

Assim como Ingrid, perto de 700 alunos do 6º ao 9º participam do projeto que este ano foi estendido para todas as 13 escolas municipais, contra cinco no ano passado. O número de professores voluntários também cresceu de cinco para 15 (12 norte americanos e três irlandeses). São todos jovens universitários, na faixa etária de 19 a 22 anos.

Desenvolvido durante cinco semanas, a atividade teve início no dia 16 de julho e prosseguirá até 15 de agosto. São aulas interativas, com uma a uma hora e meia de duração, que ocorrem no contra turno escolar, entre duas até todos os dias da semana, dependendo da escola. Em cinco unidades, localizadas na área rural e na periferia, o projeto é oferecido também para alunos do 2º ao 5º ano, para que tenham contato com a língua, por meio de músicas e histórias.

A aluna Ingrid Tamires Ortiz Toledo disse estar 'adorando' participar do projeto. "O mais difícil é fazer as perguntas em Inglês, mas também é bom porque assim a gente é forçada a aprender", destacou. Diferente da aula de Inglês regular, que foca mais a gramática, as aulas do projeto são mais voltadas para treinar a audição e a fala, explica professora da rede municipal, Sandra Meneghini Martins, coordenadora da área da Língua Inglesa.

Segundo a coordenadora, os alunos participantes vão para as aulas regulares de Inglês com mais vontade de aprender e tirar dúvidas. Para o ano que vem, segundo o secretário da Educação, Danilo Sorroce, a proposta é dar continuidade ao projeto e expandi-lo do 2º ao 9º ano. "O desenvolvimento desse projeto é um incentivo para nossos alunos terem maior contato com a língua e a cultura inglesa. Os universitários, por sua vez, conhecem mais sobre a cultura brasileira", destacou o secretário.

Depoimentos - Na EMEB 'Jorge Bierrembach de Castro, onde Ingrid estuda no 7º ano, o projeto é ministrado pela estudante do 3º ano de Direito, Elisa Egonu, 20 anos, moradora de Boltimore, nos Estados Unidos. Há apenas um mês no País, a norte-americana que não falava nada em Português já está quase fluente na língua.

Assim como os outros professores voluntários, Elisa Egonu está hospedada em casa de família. "Na minha família, eles não falam Inglês, então tive que aprender o Português para conseguir me comunicar", contou a estudante, que está "adorando" Valinhos. Em visita ao CLT (Centro de Lazer do Trabalhador) 'Ayrton Senna da Silva', Elisa ficou encantada em poder alimentar alguns saguis que apareceram no local. "Nem em sonho eu imaginava que um dia ia alimentar macaquinhos", contou entusiasmada.

A voluntária acha os brasileiros "simpáticos", gosta da comida, como arroz, feijão e churrasco, do clima e diz que vai sentir saudade da família, alunos e do País. Elisa conta que seus alunos estão motivados a aprender. "Eles participam da aula porque querem, não é uma obrigação", explicou, ressaltando o interesse dos alunos em conhecer mais sobre os Estados Unidos. "Eles querem saber o que tem de diferente e se eu conheço pessoas famosas", contou.

O aluno Guilherme Miquelin Rizzo, 12 anos, da EMEB 'Jorge Bierrembach de Castro' também está "gostando" de participar do projeto. "É uma aula mais interativa, dinâmica, com atividades dentro e fora da sala de aula", destacou. Como na aula a professora só fala em Inglês, os alunos recorrem a gestos quando têm dificuldades de se comunicar. "Eu nunca falto às aulas. Está valendo a pena. É a primeira vez que conheço uma americana", disse, acrescentando que um dia quer visitar os Estados Unidos.

A líder dos professores voluntários, Amanda Leardini Dudley, filha de valinhense, que mora em Washington, nos EUA, destaca que aproximar as pessoas de culturas diferentes é a proposta do projeto. "Eu consegui falar com um americano, então posso e sou capaz de aprender outra língua. A vontade é o que mais motiva as pessoas a aprenderem", concluiu.