O nível dos mananciais de Valinhos só se normalizaria se chovesse 17 milímetros em média por dia durante dois meses, correspondente a uma caixa d'água de mil litros no acumulado para que os reservatórios operados pelo Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV).
A situação é semelhante no Sistema Cantareira, de acordo com estudo técnico do Consórcio da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que considerou a continuarão a ser liberadas vazões de 3 metros cúbicos por segundo para as Bacias PCJ e a Grande São Paulo passaria a utilizar apenas as suas vazões primárias, ou seja, 24,8 m³ por segundo.
De acordo com o coordenador de projetos do Consórcio PCJ, José Cézar Saad, essa necessidade de chuva leva em conta algumas premissas. "Para a elaboração desse cálculo levamos em conta que 25% das chuvas infiltram ou se perdem, 75% das chuvas encherão os reservatórios e a chuva cairá em 50% da área de drenagem", comenta. No dia 6, durante a reunião do Grupo de Eventos Extremos do Consórcio PCJ, técnicos da entidade também alertaram que a persistir o índice de chuvas atual e as retiradas que estão sendo feitas do Sistema (acima de 31 m³/s para a Grande São Paulo e 3m³/s para as Bacias PCJ), a água dos reservatórios do Cantareira será plenamente consumida em 80 dias. As Bacias PCJ, de modo geral, suportam até março esse fenômeno climático. As vazões dos rios da região têm caído drasticamente.
O Consórcio PCJ desde 18 de dezembro de 2013 vem alertando municípios, empresas, órgãos gestores e a comunidade sobre as poucas chuvas e o risco de desabastecimento para o período da próxima estiagem. Na reunião do dia 6, o Grupo de Eventos Extremos recomendou 25 ações de contingenciamento aos municípios das Bacias PCJ.
Pioneira – Valinhos é pioneira em toda a área de abrangência do Consórcio PCJ a fazer campanha institucional sobre a necessidade vital de uso racional da água, de maneira regular e abrangente. Desde novembro de 2013, mensagens estão sendo publicadas semanalmente nos jornais impressos locais e regionais, nas redes sociais e na Imprensa Oficial do Município sobre a necessidade de uso racional da água, com dicas de economia no dia a dia, além de anúncios na rádio comunitária e em um programa de grande audiência no município.
Na semana que antecedeu o rodízio o DAEV distribuiu um folheto explicativo nas contas de água com mais dicas de economia, detalhando a situação dos mananciais e que fiscais passariam a circular pela cidade para alertar e informar as pessoas flagradas desperdiçando água sobre a mais forte e prolongada estiagem em 60 anos.
O folheto também foi entregue a todos os síndicos de condomínios horizontais e verticais, a padres e pastores e lideranças de bairro, entre outros. Um carro de som percorreu as ruas da cidade para reforçar os alertas sobre a campanha de conscientização.