A produção da compota de figo rami, servida tradicionalmente no estande do Fundo Social de Solidariedade (FSS) na Festa do Figo e Expogoiaba, começou na última terça-feira (29). Feita por merendeiras da Rede Municipal de Ensino da cidade e por voluntárias, a receita leva figo, açúcar e água, além do ingrediente especial. “Fica bom porque tem amor. Tem o amor em poder contribuir com a festa da cidade”, dizem elas. O preparo começa por uma rigorosa inspeção e higienização à “fruta” e termina com a apuração, no dia seguinte, após o descanso do doce. A primeira remessa foi feita com 20 quilos de figo.
Para quem não sabe, o figo não é fruta e sim, flor. O início desta primeira remessa de compota serve para avaliar a produção do doce. “Tem muito figo verde e a receita pede os maduros. Então, será preciso esperar amadurecer”, explicou o diretor do Fundo Social, Fábio Cuono. Nesta primeira leva, resultou em três tachos de doces.
Segundo o diretor, houve reunião com os produtores, para definição da quantidade necessária para a festa. "Já é tradição os produtores, gentilmente, se prontificaram a nos fornecer para a produção deste ano", comentou o diretor. Seguindo os padrões das outras festas, serão utilizados 220 quilos de sorvetes, servidos com a compota, e também 54 litros de chantilly, que são oferecidos com o doce, além dos shakes de figo e goiaba, considerados um sucesso.
As merendeiras e voluntários estão sob a supervisão da Marilene Santos que aperfeiçoou as receitas do shake de figo e goiaba. Modesta, ela afirma que veio dar apoio à produção, apesar de ter experiência de mais de 12 anos em voluntariado da festa. O shake existe há nove anos. “Os turistas vinham e sempre queriam algo novo em relação à “fruta”. Então, fiquei testando para criar uma receita”, explicou o surgimento da bebida.
Produção
O início da produção da compota começa com a lavagem da “fruta” com esponjas, para que fique bem limpa. As merendeiras e voluntárias analisam o estado do figo rami. “Não podem estar verde, mas também não podem passar do ponto, porque podem estragar o tacho inteiro, azedando”, afirma a merendeira, Maria Aparecida da Silva de Souza, atuando há 25 anos na Rede de Ensino.
Após a seleção, os figos ficam de molho, são retirados o excesso de cabo e partido em quatro. A merendeira Selma Penha Magalhões, 24 anos na Rede de Ensino, coloca os figos, forrando o tacho, subindo em camadas. “A gente coloca os menos maduros embaixo, para cozinhar tudo por igual”, explica ela.
Com água e açúcar, o tacho da “fruta” ferve durante oito horas, em média, enquanto elas se revezam para retirar as possíveis impurezas. “São oito horas para cozinhar o figo e, no dia seguinte, após o descanso do doce, a gente apura a compota. São dois dias para fazer a compota”, completou a voluntária Mafalda Trompetta Mayr.
Apesar do trabalho, elas dizem que o amor transforma o figo em doce. “Aqui somos uma família”, finalizam.