Além das entidades, fanfarras das escolas realizam os últimos ensaios para a volta do evento
Depois de seis anos sem o desfile de 7 de Setembro, a Prefeitura de Valinhos está preparando a volta do evento cívico na Avenida dos Esportes com novidades. As fanfarras serão uma das atrações especiais com a participação de sete escolas e mais de 200 alunos. Para a maioria, a participação é inédita e a expectativa é grande, após um mês de ensaios.
Com idades entre 11 e 15 anos, eles participam do treinamento com oficineiros contratados pela Prefeitura para a retomada das fanfarras, consideradas uma ferramenta no processo de ensino-aprendizagem para os alunos, que passam a ter mais identidade com a sua escola.
Na avaliação dos especialistas em música, além do brilho e performance, as fanfarras escolares trazem benefícios como harmonia, respeito, união e espírito de equipe. Essa é a opinião do oficineiro Guilherme Henrique Zanotti Palaro, que tem formação em teoria musical e já atuou como voluntário e músico da fanfarra do Sesi.
À frente dos ensaios nas EMEB’s Jorge Bierrembach de Castro (Parque das Colinas), Profª Edina Aparecida Bampa da Fonseca (Reforma Agrária), Tomoharu Kimbara (Macuco) e D. Carolina de Oliveira Sigrist (Capivari), conta que os alunos estão tirando de letra os sons dos equipamentos tradicionais, entre eles os de percussão, como caixa, zabumba, surdo, contra surdo e pratos, e os de melodia, como lira musical.
“Participar de uma fanfarra é um exercício não só motor, mas cognitivo que auxilia os alunos, principalmente da área rural, onde boa parte está tendo agora um primeiro contato com a iniciação musical. Já há fundamentação de que crianças que participam de atividades com música desenvolvem mais habilidades em outras disciplinas, como matemática”, destaca.
Outro fator benefício é a inclusão social. “As fanfarras estudantis atraem diversos alunos, independentemente de suas condições financeiras, além de estudantes com alguns tipos de deficiências, sejam intelectuais ou físicas. Isso sem contar a questão da cidadania que destacamos para eles, sobre a importância de participar desse momento histórico em nosso país’, completa Guilherme.
Baterista há 30 anos, o oficineiro da fanfarra nas EMEB’s Waldomiro Mayr (Country Club) e Cecília Meirelles (Jardim Novo Mundo), Claudio Rodrigues de Oliveira contou que a experiência está sendo incrível. Com formação em licenciatura em música, pedagogia e em conclusão do curso de musicoterapia, ficou feliz em passar em primeiro lugar na seleção para ocupar a vaga de oficineiro de fanfarra.
“Nunca tinha dado aula para fanfarra, confesso que estou ansioso também. Mas os alunos são muito espertos e já pegaram de primeira os ensinamentos. São nota 10. Primeiro tiveram aula teórica sobre música e agora na prática estão ensaiando com os instrumentos de forma sensacional. Tenho certeza de que será uma belíssima apresentação. É um momento de resgate do nosso civismo depois de vários anos sem desfile de rua”
Raianne dos Santos Nava,14, aluna da EMEB Cecília Meirelles, participa pela primeira vez. “Acho que vou ‘morrer’ de vergonha, mas estou ansiosa e empolgada também. Quero participar na fanfarra para representar minha escola no 7 de Setembro na avenida”, contou.
Marcos Vinícius Fernandes Moreira, 14, já toca bateria e na fanfarra está tocando pela primeira vez com o surdo. “Está sendo uma terapia, alivia o estresse e é bem bacana. Estou ansioso para desfilar pela primeira vez. Meu irmão, que já desfilou no passado, disse que é um evento bem grande e eu quero estar lá nesse momento da história de independência do nosso país”.