A Festa do Figo de Valinhos é tradição para famílias produtoras que há várias gerações participam do evento desde a primeira edição, quando a quermesse foi criada para arrecadar fundos para a construção da atual igreja Matriz São Sebastião. Desde o início, famílias valinhenses se mobilizam para organizar e participar de uma das mais longevas e assíduas festividades do País.
Todos os anos, desde a década de 40, moradores e visitantes se reúnem para celebrar a fruticultura de Valinhos. Há 70 a festa do Figo foi oficializada e há 25 ganhou a companhia ilustre da Expogoiaba. Turistas vêm de outras cidades e Estados para participar da Festa, orgulho dos moradores de Valinhos.
Produtores mantêm suas tradições na Festa por gerações e reservam parte da colheita para um mercado que consideram especial: turistas e visitantes do evento. Além das estrelas goiaba e fixo roxo, outras frutas têm papel importante na fruticultura da cidade e também na Festa do Figo, como uva, carambola, pêssego, seriguela, caqui e morango. Novidades sempre surgem, como a uva Pilar Moscato, que começou a ser vendida no ano passado e marca presença este ano novamente.
A Família Lacarani já está na quarta geração de produção do figo roxo e, desde a primeira festa oficial, em 1949, comparece ao evento com produtos colhidos diretamente do campo. “A festa envolve a família toda. Eu participo junto com meu pai, tio, mãe e irmão”, conta Matheus Lacarini. Segundo ele, a família chega a vender cerca de 4 mil caixas de figo nos três fins de semana. “Está no sangue da minha família. Queremos continuar com os negócios e expandirmos ainda mais nossa produção”, afirma.
No início, explica Lacarini, a família vendia a produção para as Centrais de Abastecimento (Ceasa) de Campinas e vendedores ambulantes da região, mas conforme a produção se consolidou, o comércio foi expandido para a Ceasa de São Paulo, do Rio de Janeiro e para a exportação.
A família possui dez sítios, seis em Valinhos, exporta para o Canadá e países da Europa há quase 20 anos. "Chegamos a exportar 100 mil caixas de figo roxo por ano e estamos muito felizes com tudo que temos conseguido desde então”, orgulha-se Lacarini.
A família Pellegrini também é assídua da festa há mais de 60 anos e estará presente na edição de 2019. “Começou com meu pai, que ainda nos ajuda”, conta Antonio Gilberto Pellegrini, proprietário de quatro chácaras na Região Metropolitana de Campinas (RMC) e da Casinha do Figo com Chocolate, importante ponto turístico do município, no bairro Colina dos Pinheiros.
A família começou vendendo figo in natura há quinze anos na Festa, depois pão doce e o tradicional figo com chocolate. “São doces artesanais que produzimos aqui mesmo no sítio. Pessoas de outras cidades vêm para provar nossos produtos”, conta Pellegrini.
Saborosos doces de morango com chocolate, morango com leite condensado e o carro-chefe, figo com chocolate, são vendidos pela família durante o evento. Apenas de figo com chocolate, são cerca de 500 unidades vendidas a cada fim de semana na Festa do Figo. “Colocamos os doces na forminha igual brigadeiro. Os clientes adoram e se deliciam com nossos produtos. Fico muito feliz com os elogios que recebemos em cada edição. É uma tradição importante e quero passar tudo o que aprendi também para os meus filhos”, afirma Pellegrini.
Entre outras famílias, participaram das primeiras edições da Festa do Figo os Fassina, Previtali, Ramos, Trento, Pedroni, Corvini, Spanholeto, Palácio, Antoniazzi, Lacarini, Lando, Amgartem, Bissoto. Bruno Nardini, que criou a festa e dá nome ao Parque Municipal onde ela acontece, era um grande entusiasta da agricultura e da fruticultura. Ele era chamado de agrônomo honorário de Valinhos.
Comércio
Em 2018 foram comercializadas 222 toneladas de frutas na Festa do Figo e a expectativa é de que esse número seja ainda maior este ano, segundo o Sindicato Rural de Valinhos. A Associação Agrícola de Valinhos e Região também estima que o número de frutas comercializadas em 2019 seja tão expressivo como no ano passado.
A 70ª Festa do Figo e 25ª Expogoiaba acontece de 19 de janeiro a 3 de fevereiro, no Parque Municipal de Feiras e Exposições Monsenhor Bruno Nardini, de quarta a sexta-feira das 18h às 22h30, sábados e domingos a partir das 9h. A abertura será dia 19, às 10h, no Palco 1. A entrada é franca.