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A Prefeitura de Valinhos, por meio da Secretaria da Saúde, está estruturando um novo modelo de acompanhamento pós-natal de mulheres diagnosticadas com Diabetes Mellitus Gestacional. A doença é caracterizada pela diminuição da tolerância à glicose, identificada pela primeira vez na gestação, podendo ou não persistir após o parto.

“Na segunda-feira, dia 14, foi o Dia Mundial da Diabetes. Durante toda a semana passada promovemos uma grande ação de aferição de glicemia capilar na cidade, buscando fazer rastreamento e detecção precoce da doença. Mas um tipo de diabetes que devemos ter um olhar mais atencioso é a gestacional. Por isso, estamos estudando um novo protocolo de atendimento na rede municipal de saúde, para melhor atender essas mulheres. Estamos trabalhando para que seja implementado em breve”, afirmou a prefeita Capitã Lucimara.

O acompanhamento pós-natal consiste no cadastramento dessas mulheres nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), inclusive com identificação na capa do prontuário para melhor localizá-las. A partir daí, elas receberão estímulo à mudança de estilo de vida, vinculando-as a atividades físicas, que poderão ser presenciais ou por meio de plataformas virtuais e também com acompanhamento nutricional.

“Também faremos agendamento de consultas periódicas dessas mulheres pela própria equipe da UBS, com monitorização das faltosas e busca ativa das mesmas, tudo visando interromper essa progressão da doença”, comentou o secretário da Saúde, Marcelo Cosentini.

Ainda, a Saúde disponibilizará vídeos curtos informativos já no momento do diagnóstico durante o pré-natal e também na consulta de revisão de parto, com o objetivo de conscientizá-las da importância do acompanhamento adequado.

Tratamento precoce

De acordo com a Coordenadora da Saúde da Mulher de Valinhos, Drª Juliana Delben, o diagnóstico precoce na diabetes gestacional, assim como na maioria das doenças, é essencial para prevenir mais complicações, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Além disso, impede ou retarda o aparecimento de Diabetes tipo 2.

“Com o diagnóstico em mãos, as gestantes são encaminhadas ao acompanhamento pré-natal especial para dar início ao tratamento. Uma dieta adequada é o que controla glicemia na grande maioria dos casos, sendo um dos cuidados mais importantes do tratamento. Em uma parcela dessas gestantes, o uso da insulina também é necessário, incluindo exames adicionais e intervalos menores entre as consultas de pré-natal, monitorando a glicemia capilar domiciliar”, explicou.

Diabetes gestacional

Na diabetes gestacional, que é a hiperglicemia durante a gestação, a glicose materna passa para o compartimento fetal, o que faz com que o feto também tenha hiperglicemia. Como o pâncreas fetal está formado e ativo desde a décima semana de vida, há resposta a este estímulo, com consequente aumento da insulina fetal.

A principal complicação para o feto é a macrossomia, que é o peso fetal excessivo, associado à obesidade infantil e ao aumento do risco de síndrome metabólica quando adulto. O aumento de partos por cesárea é outra complicação, já que por conta da macrossomia fetal e do temor aos tocotraumatismos (lesão de plexo braquial, fratura de clavícula, distocia de ombro e lacerações do canal de parto), a cesárea é mais indicada na hora do parto.

Outro problema da hiperglicemia é o aumento da diurese fetal, levando ao polidrâmnio, que é o aumento de líquido da bolsa, aumentando as chances de prematuridade e de malformações fetais. A Diabetes Mellitus Gestacional mal controlada pode levar também a óbito intrauterino, especialmente nas últimas quatro semanas de gestação, o que é mais frequente em fetos macrossômicos.

Já em relação à mãe, as consequências mais comuns são as síndromes hipertensivas e o risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2, síndrome metabólica e, consequentemente, doenças cardiovasculares. A diabetes gestacional aumenta em até seis vezes o risco de desenvolvimento destas doenças.