"Delicada". É desta forma que a secretária da Saúde, Cristina de Fátima Fiore, classifica a situação deixada pela gestão anterior na área da Saúde. Estoque de medicamentos zerado, serviços essenciais como ultrassonografia e outros exames suspensos, equipamentos quebrados ou desaparecidos, falta de médicos, de materiais de laboratório e limpeza são alguns exemplos dos problemas encontrados.
No que se refere aos medicamentos, a secretária explicou que os estoques de insulina NPH estavam zerados e vários outros medicamentos em falta, como o Puran (indicado para todos os casos de hipotireoidismo). "Por determinação do prefeito Clayton Machado, fizemos uma compra emergencial de aproximadamente 500 frascos e recebemos na última terça-feira, dia 8, outros 360. Esperamos, com isso, suprir a demanda até o final do mês, quando então teremos a real demanda de insulina no município", informa a secretária municipal.
Outra situação grave é com relação a contratos vencidos com empresas que prestam serviços essenciais, como exames de ultrassom obstétrico. A secretária contou ainda que alguns aparelhos e equipamentos do CAUE (Centro de Atendimento de Urgências e Especialidades) foram encontrados quebrados. Há também registro de desaparecimento de equipamentos. Nestes casos, ainda mantidos sob sigilo, as autoridades policiais já foram acionadas.
A rede básica de saúde também está com falta de profissionais, segundo Cristina, principalmente nas especialidades médicas. "Um concurso simplificado está aberto, mas não vai suprir as reais necessidades. O novo governo estuda medidas jurídicas para contratações em caráter de urgência", enfatiza.
Em razão da falta de especialistas, a demora nas consultas ultrapassa dois meses em diversas especialidades. "Não temos endocrinologista. As especialidades de cardiologia, ortopedia e oftalmologia estão com filas de espera. Estamos trabalhando ainda para, em caráter de urgência, disponibilizar materiais suficientes para cobrir minimamente 30 dias, como de laboratório, limpeza e materiais para curativos específicos, como os de lesões vasculares".
A infraestrutura do CAUE também está precária por falta de manutenção e pelas próprias condições do prédio. "Temos salas, como no Centro Cirúrgico e de especialidades, com o espaço para o ar condicionado aberto, o que inviabiliza procedimentos médicos pré-agendados, como pequenas cirurgias e atendimentos dermatológicos", conclui.