A tradicional ‘Quarta É Feira’ ganhou ainda mais ritmo e energia nesta quarta-feira (3) com a presença dos grupos de capoeira CMV e Aruanda, que promoveram uma roda de conversa e uma apresentação especial no CACC Adoniran Barbosa. A iniciativa, organizada pela Secretaria do Verde e da Agricultura, reuniu mestres, crianças e famílias em um momento cultural que agradou público e produtores.
De acordo com os feirantes, a ação movimentou o espaço e contribuiu para o aumento das vendas de hortifrútis, artesanatos e dos itens da praça de alimentação. “A ideia ao promover eventos nas feiras é colaborar com o desempenho dos produtores e, ao mesmo tempo, oferecer algo diferente ao cotidiano das pessoas que frequentam ou passam pelo local”, destacou o secretário do Verde, André Reis. “Queremos proporcionar um dia mais agradável e fortalecer o comércio local.”
Produtora desde a criação da feira, em 2017, Rita Araújo aprovou a iniciativa. Em sua banca de legumes, verduras e frutas, ela destaca que momentos como esse atraem mais visitantes. “A gente gosta quando tem algo diferente, porque aumenta o movimento. Nossos preços e produtos são ótimos”, comentou.
A feirante Carlene Seilert Ito, que ingressou recentemente na ‘Quarta É Feira’ com produtos naturais sem lactose e sem glúten, também celebrou a presença da atração cultural. “É a primeira vez que participamos de uma feira com apresentação de capoeira, e acreditamos que isso deve melhorar o movimento”, disse. Desde novembro, quando começou a atuar no local, ela observa crescimento no faturamento a cada edição.
Ginga que resgata história
Para os grupos CMV e Aruanda, esta foi a primeira apresentação cultural realizada em uma feira livre da cidade — e a expectativa é ampliar esse movimento para outros espaços, como a Feira do Agricultor, realizada aos sábados em frente ao Paço Municipal.
A relação da capoeira com as feiras remonta ao período pós-escravidão, quando capoeiristas se apresentavam nesses ambientes, muitas vezes em troca de alimentos. “É uma volta à origem”, explicou o professor João Moisés Garcia, o Cavalo Branco, que já levou a capoeira brasileira para a Suécia entre 2004 e 2006.
O contramestre Adailson Mariano, da Aruanda, reforçou a importância da iniciativa para divulgar a prática na cidade e na região. A apresentação reuniu cerca de 40 capoeiristas, entre crianças, alunos, contramestres e mestres — incluindo o mestre convidado Jaguara, de São Paulo, que há 50 anos dedica sua vida à capoeira. Ele também compartilhou a tradição dos apelidos na modalidade: “Os mestres batizam seus alunos observando suas características e estilos.”
Os grupos CMV e Aruanda têm longa trajetória: o primeiro existe desde 2002, enquanto o segundo foi fundado em 1980. A participação na feira reforça o compromisso da Prefeitura em valorizar a cultura, apoiar os produtores locais e promover vivências que aproximem comunidade e tradição.









