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A Prefeitura de Valinhos, por meio da Secretaria de Educação, vem desenvolvendo ao longo de 2025 uma série de iniciativas que focam na equidade racial e na abordagem antirracista nos processos pedagógicos. Com o propósito de superar preconceitos e abrir espaço para uma convivência efetivamente humana, que valorize a dignidade de cada um, as ações envolvem equipes gestoras e profissionais de área pedagógica para que, no dia a dia com os estudantes, as atividades sejam propostas e despertem a consciência crítica. “Na construção do bem comum, existe necessariamente um equilíbrio entre a vontade de cada sujeito e a organização da sociedade por meio das suas instituições. A escola tem um papel fundamental nesse processo, na medida em que é um espaço fecundo para o cultivo de valores essenciais, como a dignidade humana”, destacou o secretário André Amaral.

Gestão para a equidade racial

No primeiro semestre, os coordenadores pedagógicos da rede municipal participaram de uma formação voltada à gestão para equidade racial. O evento foi conduzido por Valéria Olímpio, educadora antirracista e articuladora central do Programa Memória e Identidade - Promoção da Igualdade na Diversidade. No evento foram apresentadas reflexões sobre práticas pedagógicas e políticas que fortalecem uma escola inclusiva e acolhedora da diversidade.

A partir de conceitos como preconceito, discriminação racial, estereótipos e estratégias pedagógicas para a equidade no cotidiano escolar, o encontro buscou despertar os gestores a incentivar a compreensão crítica sobre as relações raciais e apoiar a implementação de ações que promovam uma educação mais justa e inclusiva na rede municipal de ensino.

Ao longo do segundo semestre, o projeto realizou atividades piloto em duas unidades da rede: EMEB Orestes Quércia e EMEB Dona Estefânia de Carvalho Vieira Braga. Na fase de expansão, a temática será trabalhada também junto aos diretores e supervisores de ensino. “Com a consolidação do CRESCER, nosso centro de formação de saberes, temos o plano de trabalhar esse enfoque com todos os educadores da rede”, destacou Ana Victor, coordenadora da Divisão de Formação Continuada.

Temática antirracista e valorização da cultura africana

A iniciativa integra as ações voltadas à promoção da equidade e à implementação de políticas educacionais antirracistas, fortalecendo a formação de educadores e contribuindo para a construção de ambientes de aprendizagem mais justos e igualitários. Foi o que se viu na EMEB Penho Conte, que dedicou o dia da família, celebrado dia 8 de novembro, à exaltação da cultura originária da África para apresentar a força dessa influência na formação do povo brasileiro. Entre as ações, as famílias foram convidadas a produzir bonecos a partir da inspiração cultural afro.

Na EMEB Dom Agnelo Rossi, os alunos foram despertados a exercitar o olhar utilizando como referência a obra da fotógrafa Angélica Dass. A produção dela valoriza a diversidade das cores de pele para celebrar a diversidade humana e promover uma reflexão sobre os rótulos raciais e a construção social da identidade. No Infantil I, por exemplo, as crianças foram convidadas a confeccionar bonecos de graveto. Cada criança fez misturas de massinha marrom e branca até chegar à cor que acreditava representar sua própria pele, celebrando assim a diversidade, a beleza e o respeito às diferenças. No 1º Ano, os diferentes tons de pele dos alunos foram base para construção de um pacto pelo respeito.

Na EMEB Horácio de Salles Cunha, a temática foi igualmente trabalhada. Um dos exemplos é a criação de uma “árvore da diversidade”, instalada dentro de uma sala que foi tematizada pra retratar personalidades negras. Na raiz do baobá, espécie que remete à sabedoria na cultura africana, foram depositadas reproduções de capas de livros que abordam a temática racial e outras formas de preconceito. As folhas foram pintadas com desenhos e textos, feitos pelos alunos, que retratam as lutas por autoafirmação e superação das discriminações.

Nesta segunda-feira (17), a EMEB Dirce Antonio realizou uma grandiosa exposição com a temática antirracista, apresentando diversos elementos da composição territorial e da cultura africana como gastronomia, literatura, máscaras tribais e, claro, as tradicionais bonecas. Até na Educação Infantil a exaltação à ancestralidade africana foi trabalhada. Os CEMEIs Antonio Montero Filho e Emely Tofollo Machado promoveram exposições interativas e atividades envolvendo crianças e famílias.

“As atividades pedagógicas desenvolvidas nessas unidades são apenas uma amostra daquilo que estamos consolidando: um olhar sensível para a diversidade, que valoriza as diferenças e fortalece o acolhimento e a inclusão como pilares do nosso cotidiano escolar”, concluiu o secretário André Amaral.